jogo excelente pra ps1, essa visao top down é meio caída, e como o range da câmera é baixo, frequentemente você não consegue ver os caras, então precisa ficar olhando pro radar. isso é presente no 2 também com menor peso, mas você acaba olhando mais para o radar do que para o próprio jogo.
se focarmos nos aspectos bons, como excelente bosses, uma história até que bem pé no chão, tipo os próprios bosses, tirando o psycho mantis, nenhum tem poder especial. misturando isso com uma dose de maluquice, como ninjas ciborgue, o próprio psycho mantis que falei, que também brinca com a própria experiência de jogo, te fazendo se ver como um player, inclusive manipulado pelo computador a interagir com o mundo real, se tornando assim, um jogador do próprio jogo!
em resumo, se souber tankar as coisas da sua época, dá pra curtir muito esse jogo.
eu acabei introduzindo uma mecânica que é meio game breaking: você apontar a arma para um guarda de costas e dar “freeze!” nele. aí você tem todo o tempo do mundo pra atirar com o tranquilizante. de qualquer forma ela fez um gameplay intrigante, tendendo a sneakar e não limpar as salas, o que foi bem interessante.
inclusive é aí que o kojima se solidifica na ideia de que há formas diferentes de resolver os mesmos puzzles. só para dar um exemplo, tem uma parte que você faz uma missão de escort, aí a menina tem medo de insetos. você pode espantar esses insetos de umas 5 formas diferentes, ou mesmo você pode dar uma mata-leão na menina, e carregar ela pelo caminho infestado de insetos!
esse jogo teve um boost semi recente, principalmente pelos que jogaram esses remasters que foram lançados em 2023. como o final do 2 envolve um subplot sobre AI, a galera achou isso super visionário e etc. engraçado que as partes que o kojima errou ninguém fala nada? cade minhas nanomachines, ou mesmo esse codec meio mágico onde você fala mas ninguém mais perto de você ouve?
falando do mapa, tem a parte do shell, como ele é circular, parece ser maior do que realmente é. confesso que não sou muito fã de ficar indo e voltando, o que inclusive acaba incentivando à estratégia de limpar as salas.
o bait’n switch de usar o raiden é realmente paia, você tem uma mina de ouro que é o snake, personagem super bacana, e quer me trocar por outro que é o oposto? a troco de quê? que bom que ele aprendeu a lição, e só focou nos “snakes” dali em diante.
em geral é um bom jogo, talvez supervalorizado por essa questão de AI, mas pra 10h é uma experiência bacana
já começo admitindo que é uma masterpiece. mas tem que ser o subsistance (ps2), ou os remaster, que aí permite mexer a câmera, o que ajuda imensamente.
kojima deu uma guinada à ação, o snake é praticamente o james bond, com gadgets, disfarces, uma snakegirl, essa questão de nukes, cold war etc. mas as partes de stealth ainda estão lá, só que expandidas, inclusive o radar é nerfado, o que te obriga a ciclar entre objetos (tipo um microfone direcional, ou um radar de movimento) ou tentar deduzir através do jogo (existe um índice de sneaking de 0 a 100, além disso você só pode pensar “esse guarda está olhando na minha direção?”). mas onde o jogo brilha mesmo são nos bosses, todos são divertidos e memoráveis. impossível esquecer do the end, ou mesmo a batalha com a boss.
o sistema de survival é interessante, mas na prática é mais encheção de saco do que qualquer outra coisa. ficar caçando, comendo para recuperar stamina, se curar com os remédios corretos etc é legal as primeiras vezes, depois parece que está no seu caminho. e eles até usam essa mecânica de uma forma diferente, mas isso não acontece o suficiente pra justificar essa pedra no seu caminho.
sem contar que finalmente conhecer o big boss, ver o ocelot novinho, acaba sendo um bom payoff para quem jogou os anteriores.
sem dúvidas o melhor, e não a toa teve remake recente, além de versão inclusive para 3ds!
simplesmente é um jogo que conseguiu entrar na memória do coletivo popular, no cânone da humanidade. o que mais um artista pode querer?